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Oi! Esse é um resuminho descompromissado do que fiz, vi e pensei no mês de setembro. Para acompanhar os próximos se inscreva nesse blog pelo feed de RSS.

Mapas de Belo Monte, ascensão e queda do Clip Art, maneiras de ser

Alguns mapas na Longlist do IIB Awards

Meses atrás, em março, a Sumaúma publicou uma reportagem extensa, da Helena Palmquist, sobre o imbróglio e a luta contra os planos para a construção de novas soleiras na Usina de Belo Monte. A geografia da região é bem importante pra entender a situação e fui chamado pra colaborar com elas produzindo alguns mapas de localização e de contexto, como esse aqui:

belomonte2_pt_Plano7Barragens.jpg

Feliz demais em saber que esses mapas passaram para a Longlist do Information Is Beautiful Awards 2023! Não chegaram à shortlist, mas pra mim já tá bom demais. Se quiser conferir todos os mapas, vai lá na reportagem e apoie o trabalho de Sumaúma produzindo jornalismo em defesa dos povos da floresta.

Do Clip Art à ilustração corporativa

Descobri recentemente um canal de YouTube que serve certinho ao nicho de nóias de design/computação gráfica/história oral da internet. É o canal do Linus Boman (não confundir com o outro Linus da computação). O vídeo que me introduziu ao canal dele foi esse aqui sobre a ascensão e queda do Clip Art, aquelas ilustrações exageradamente 90’s que vinham no seu pacote Office (você lembra, com certeza).

Além de contar a história de como eles surgiram na esteira do desenvolvimento de softwares gráficos e em resposta à uma demanda crescente por elementos visuais no âmbito empresarial e depois doméstico, ele traça o caminho dessas imagens até o mercado de ilustração atual de um jeito que me fez pensar pensamentos. Acompanhe:

Basicamente, ele argumenta que o estilo de ilustrações corporate memphis (aqueles desenhos bem flat, cores vibrantes, figuras humanas de proporções distorcidas apontando pra dashboards) é, de certa forma, um sucessor espiritual do Clip Art: ilustrações frequentemente baratas e genéricas, usadas indiscriminadamente por pessoas sem muita expertise gráfica ou artística para tapar buraco em um layout ou vender um produto ou serviço.

Artboard 2.png

Acho que no geral as pessoas pegam um pouco pesado demais com esse estilo. Por mais cansados que estejamos de ver esse tipo de ilustra, elas têm um lastro forte com outros movimentos artísticos que ninguém questionaria em seus devidos contextos e muitas vezes podem, sim, ser bem densas, intrincadas e artisticamente interessantes.

Mas, olhando pelo uso que é feito dessas ilustrações, o argumento dele faz bastante sentido pra mim. Eu iria além, inclusive, e diria que, no futuro, as ilustras geradas por AI devem nos causar a mesma sensação de ver um ClipArt ou uma ilustra corporativa — principalmente aquelas com um estilo marcadamente AI: com iluminação exagerada, muito contraste, poucas linhas duras.

Ele levanta um ponto muito bom sobre isso no vídeo: será que você odeia essas ilustrações, ou você odeia as empresas associadas a elas?

Maneiras de Ser

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Falando em pensar pensamentos, uma indicação: esse mês li o livro “Maneiras de ser: Animais, plantas, máquinas: a busca por uma inteligência planetária”, do artista e escritor James Bridle, publicado aqui no Brasil pela Todavia. James é desse tipo de doidinho que me interessa muito, que se dedica a refletir e produzir na intersecção entre sistemas tecnológicos bioinspirados, ciência climática e ontologia.

Cada capítulo traz uma série de anedotas sobre relações entre humanos e não-humanos — máquinas, árvores, líquens, mamíferos — que ele costura (às vezes muito bem, às vezes nem tanto) em reflexões e argumentos sobre consciência, autonomia e os perigos de uma visão limitada sobre quem é considerado “um ser cognitivo”. Bem legal.

Vou expor na Information+!

Pra encerrar, uma notícia que me deixou na lua esse mês: vou expor o projeto final da minha pesquisa de mestrado na exposição coletiva Information XYZ, parte da programação da conferência Information+ que acontece em novembro no Inspace, espaço do Institute of Design Informatics da Universidade de Edimburgo, na Escócia.

Vou passar boa parte de outubro trabalhando nesse projeto que chamo de “Macromicroscópio” e assim que puder compartilho mais sobre ele. De cara, já fico super ansioso para passar um frio brutal de finzinho de outono europeu e poder trocar com esse monte de gente fantástica com quem divido a exposição:

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É isso!

Quer trocar alguma ideia? Me manda um email! rodolfoalmd@gmail.com

Rodolfo
Setembro de 2023

Publicado em 1/9/2023